
Sobre autoaceitação: Um caminho tortuoso

Acredito que este seja um sentimento comum entre as pessoas no espectro autista: sentir-se um alienígena, um ser de outro mundo…
Desde criança, há essa sensação de estar tentando decifrar um universo que parece feito de códigos que todos entendem, menos você. Tentar se encaixar. Tentar entender o que estamos sentindo. Controlar o turbilhão de emoções que, às vezes, chegam como uma onda gigante, sem aviso.
E, além disso, há as nuances das conversas, os subentendidos, as expressões que não acompanham o que se sente por dentro. Se expressar de forma espontânea parece simples, mas nem sempre é.
Autoaceitação
Por muito tempo, acreditei que, após o diagnóstico, tudo estaria resolvido — como se o nome para o que eu sentia fosse um remédio imediato para todas as dúvidas. Mas nem sempre é assim…

A desconstrução de quem eu achei que deveria ser e a reconstrução de quem sou de verdade não é um processo linear. Tem dias em que tudo parece claro e leve. Outros, tudo volta a pesar. E isso faz parte. Faz parte do caminho de aprender a ser gentil consigo mesma, de se permitir viver cada etapa sem tanta cobrança.
Há, sim, coisas que eu gostaria que fossem diferentes. Mas cada passo me lembra que a aceitação não é um destino final, e sim uma jornada que exige aprendizado constante — com paciência, tropeços e pequenas vitórias.
Espero que, ao compartilhar isso, você se sinta menos só em sua caminhada. Que possamos reconhecer nossas dificuldades, mas também celebrar quem somos, com todas as nossas diferenças que nos tornam únicos. 🌙